quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Pela Janela

16 Março, 2245, 2ª Hierarquia

É tão estranho... Há uns anos, tudo era diferente... E recentemente, simplesmente fizémos o que os nossos antepassados se habituaram a fazer, deduzo eu que por aborrecimento, e também por uma questão de melhor sobrevivênica: Nomádicos, adaptaram-se aos adversários, e incluíram cada um que constituía um maior perigo na sua "cadeia alimentar", se assim lhe podemos chamar...

Habituámo-nos depois daquilo que pareceu uma carnificina sem fim... Acabou como começou: sem ninguém dar por isso. Aqui e ali, à medida que algumas resistências se iam criando, e outras destruídas sob o peso da consciência humana, as pessoas foram-se habituando à presença deles, e como sempre, evoluíram para combater o que parecia o Último Mal... E vê onde estamos hoje...

Acabei de acordar com vontade de te escrever... É óptimo, relaxa-me antes das aulas, e acalma-me igualmente o roçadar da luz no papel... O ligeiro cheiro a queimado, não em demasia... Pelo que sei, antes usavam-se coisas chamadas "lápis", produzidos com madeira... Se soubessem o quanto esses pequenos luxos lhes iam custar, talvez aprendessem... Ou talvez não, sou apenas um universitário, não um adivinho.

Soubeste? O Conselho da União Ibérica declarou um festival com vista em diminuir a quantidade da população ainda existente nas cidades... Chamam-lhes "Purga". É horrível... Mas talvez necessário... É estranho olhares para a multidão, do lado de fora da janela, e veres uma mancha negra, marchando até onde raio têm de ir, e veres aqueles pontos, tentando decidir o que fazer contra a maré... Talvez a decomposição tem afectado até o próprio instinto deles...

Bem, tenho que ir. As aulas começam daqui a pouco, e ainda tenho que ir para a fila do pequeno almoço... Hoje é aveia! Aos anos que não como aveia!

Fica bem, e protegido,

Eo.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Primeiro teste !

~Por Falar Em Encontros~

"Bem, cá estou eu. Tive saudades tuas... Mais um dia que consegui esgotar até à última gota. No meio dos noctívagos, e dos assolados pelas insónias, boas noites, apenas consigo pensar e pensar e pensar, mesmo sem assunto nenhum de maior importância... Talvez o haja. Talvez até seja um assunto decisivo. Não interessa... Não parece interessar. Quem sabe, até agora? Quem me pode dizer... Tenho que continuar a procurar... O genérico do dia a dia continua ... bem, genérico, e parece-me que cada episódio segue a mesma rotina... As montagens a alta rapidez do acordar e do enquadramento naquilo que se vai tornar mais umas horas de uma vida, o rastejar agoniante dos ponteiros do relógios, até que finalmente se tem alguma vontade de estar acordado... Por essa altura, já o Sol nos mostra o dedo, ao afastar-se em todo o seu esplendor para lá da linha...

Talvez amanhã... Acredito que seja amanhã ...
"

O caderno voou pelo quarto fora, aterrando na cama já desfeita pela impaciência, enquanto ele se espreguiçava na cadeira... " 'Se lixem as horas", cuspia para ninguém. Estes eram os piores momentos: apatia natural, da noite ou lá de dentro, existia constantemente, e fazia-se sentir... Andar pelo quarto, tentar descobrir quantos passos teria que dar até cada milímetro estivesse calcado pelos pés descalços. Olhar para o espelho, esperar que, talvez, após um suspiro, se visse algo diferente... Mas não. O mesmo cabelo despenteado, o mesmo olhar, o mesmo nariz e sardas, só ele mesmo. Era estranho, mas ao mesmo tempo aconchegante, acalentar aquela chamazinha prestes a apagar, agarrada àquela última fila de átomos ainda não consumidos pelo fogo, que batalha num campo invisível demais, mas no entanto faz a diferença... Aquela esperança de que talvez, eventualmente, muito improvavelmente, um dia as coisas mudassem. Mas não havia previsões disso. Uma carreira perfeita para construir, uma vida sociável perfeita a corrigir, conversas medonhas a manter pairantes no ar, como se um único sopro, na melodia certa, fosse conseguir tirá-las da apatia e fazê-las voar, como as correntes, ou mesmo aquela coisa viscosa que nos corre nas veias.

No entanto, algo parecia diferente. Os pormenores. Algo cheirava a mudança, ele sabia. "Que estúpido...", de certeza que era ainda a esperança... Danada. "Bem, amanhã vão querer que eu esteja apresentável... Minimamente, quero dizer.", e encaminhou-se para a cama. Deixou cair a cabeça no travesseiro, e tentou manter os olhos fechados... Imagens de pessoas com asas e guelras cruzaram-lhe a vista, metamorfoses fora das barreiras da Física e da Ciência, tão maravilhosas como as primeiras descobertas da infância, argumentos ganhos em nome da imaginação e da consciência tranquila, e...

Um barulho diferente fê-lo voltar ao real. Sentou-se na cama, olhos bem arregalados, desejando que os seus olhos pudessem absorver escuridão tão bem como absorvem e mantêm as manchas dos raios directos de Sol. Soavam a coisas ondulantes, algo parecido aos clichés dos filmes de ficção científica... "Bonito, agora já nem cabeça tenho para inventar algo que não tenha saído dos Ficheiros Secretos"... E talvez fosse só da cabeça dele, mas ele ia jurar que tinha visto uma mancha mais clara do que é normal... E... Púrpura?

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Boas! Espero que gostem deste pequeno pedaço de mim, como eu gostei de dá-lo a quem tiver uns minutos no dia para uma fuga à realidade... Só nós os dois, ah? Que dizes?

Enfim, se gostarem, partilhem com quem quiserem, deixem a vossa opinião, boa ou má, desde que seja construtiva. Já há demasiada gente a apontar o dedo e a voltar a metê-lo no nariz.

Your's truly,
-Aslam

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Karma, my ass...

Escrevo, mais uma vez, para o desanuvio, para o desabafo, para o alivio desta alma, que experimentou coisas neste dia, coisas que para mim são da vida, são minhas, são de todos, mas que para mim têm um foco principal, um holofote potentíssimo num palco demasiado grande para albergar tudo o que me rodeia.

 As grilhetas da minha alma apodrecem, roída pela minha vontade, o leão adormecido há muito no meu ser, acorda do seu longo e profundo sono para rugir uma vez mais, para iluminar esta terra que tanto já testemunhou, tanta profecia maligna que ainda mais maléfica se tornou, diabólica supostamente o suficiente para acontecer. Vi um cão, sabes Deus porquê quase reavivado das minhas mais queridas e lindas memórias, ser atropelado por mais um produto defeituoso desta sociedade sínica, epicamente auto-destruidora, fábrica de tanta série, que, ao ver o pobre Ser, moribundo, definhando-se a passos largos, o coração batendo descompassadamente, que nem louco, pedindo sofregamente um último suspiro, para o término de toda a sua agonia, para o fim daquela acção vil, tresloucada, sem nenhuma razão de sequer ser idealizada. Estava com dois grandes amigos meus quando isso aconteceu, num café pacato, mas agitado naquele momento, em que toda a realidade foi engolida por uma colossal gota de âmbar, parando tudo. O mundo, naquele momento, existia para aquele pequeno ser, que ali lutava brutalmente, com a força de um Deus, contra tudo o que a Biologia dita.

 O meu coração parou, o meu cérebro fritou de uma molécula a outra, vendo toda aquela cena mórbida. Fraco, reuni forças nas canetas para me levantar ao mesmo tempo de uma simples senhora, que fez questão de parar todo o trânsito, para transportar o pobre animal para a berma do passeio. Os meus pés congelaram, as minhas pernas, todo o meu corpo ficou à deriva, à procura de outro dono, excepto um simples órgão que para sempre me será leal: o meu coração. Sinto-me um fraco, pois não ajude, não consegui mudar o mundo, não consegui ajudar uma pobre alma que sozinha nunca teria ganho a guerra...

Arrependo-me de muita coisa, e esta é uma delas...

  EU bem sei que o mundo é feito destas coisas, mas o palco é grande, e existem vários protagonistas ao mesmo tempo, de outra maneira não seria possível a nossa vivência, pois palavras leva-as o vento, os actos, no mínimo, ficam marcados na memória, mas principalmente, na nossa alma.

Peço imensa desculpa se o meu discurso se torna repetitivo, mas eu cresci com uma ideia de que a vida recompensava aqueles que praticavam o bem, que proliferavam a felicidade, a alegria, o contentamento na vida dos outros, sejam pequenos, grandes, feios, lindos, incapacitados, qualquer ser que necessite de uma mão que mais ninguém esteja disposta a estender, e a castigar aqueles que tomam atitudes abomináveis, como a que vi hoje, e ficar de braços cruzados é algo que nunca me passa pela real gana quando imagino estes cenários, mas fui fraco. Fraco. Fraco. Fraco. A palavra, todo o filme ecoa, ribombando, na minha mente, com uma força que me tira o sono.

Quero ser forte, quero ter a força necessária, para quando vir alguma alma a pedir a minha ajuda, conseguir dar um paço na sua direcção, depois outro, depois outro, até que a minha ajuda e a minha intenção estejam suficientemente perto para poderem servir de algo...

Onde anda o karma quando a vida precisa dele?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

War inside my head!!

Marchei para a guerra, fria, dolorosa, verdadeira. Marchei com o meu exército, de queixo erguido, de lágrima ao canto de olho, mas com um coração pejado de orgulho, de razão, honestidade e altruísmo. Chamem-me o que quiserem, convencido, nariz empinado, pouco me importa!! Neste momento, eu sei as minhas prioridades, e sei o que fazer resolver para resolver todas e quaisquer quezílias que possam existir. Por isso é que, hoje, diante da minha própria consciência como minha tutora, e sei que a "vitória" está ao meu alcance, marcho, destemido ao meu destino, por muito atabalhoado que seja o meu movimento e por muito precipitadas que sejam as minhas estratégias.

Eu hoje sei que mudei a vida de alguém . . .

domingo, 20 de março de 2011

Red Dead Redemption

Escrevo hoje para abrir o meu coração, às pessoas que tenho magoado. Tenho tomado atitudes que pensei que seriam o melhor para quem me rodeia, mas apenas fui estúpido o suficiente para olhar apenas para o meu umbigo e magoar quem mais me é especial. Consegui, com grande pena minha, afastar do meu lado quem eu mais precisava que lá estivesse, pois esteve sempre lá, mesmo quando eu não precisei. Obrigado, do fundo do meu coração àquelas pessoas a quem esta mensagem é dirigida.

Eu não peço o vosso perdão, porque sei que é uma dádiva demasiado deslumbrante para o ser que já fez tanto na vida como eu. Peço, antes de tudo, aquilo que sempre foi, ainda é e para sempre será, a minha verdadeira intenção : a vosa eterna e profunda felicidade. Nada mais na minha vida importa.

Não aguento ver-vos chorar, zangarem-se por quem não merece, perderem preciosas horas de sono por quem não vale a pena, e por isso vos peço desculpa, por vos ter feito gastar tempo em alguém que agora anda com os ombros baixos, com um peso demasiado elevado para os conseguir levantar. . .

Sinto-me um monstro, daqueles que ensinam aos infantes a não encararem, a não tomarem por conhecidos, sinto que algumas vezes vivi uma farsa, não porque menti a alguém nem porque enganei alguém, mas porque não tive a coragem suficiente de olhar para uma direcção senão a do meu próprio umbigo, quando queria exactamente o oposto.

Não vos quero fazer sentir mal, muito pelo contrário, nada mais permanece no meu coração a não ser o profundo desejo de que sejam felizes com a vossa vida, seguindo os caminhos que querem, que de ceteza vos farão felizes.

Mais uma vez, peço perdão.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um cheirinho

Bem, eu sei que não postei nada ao longo destes últimos meses, mas a verdade é que a inspiração me falta. Não entendo, não compreendo, não percebo, por muito que revire e volte a desdobrar esta questão.O que é facto ´que, para além dos textos que já pus, tenho uma bela ideia, a meu ver, a caminhar na direcção desta página. Eu vou numa viagem à Irlanda, e estou a pensar fazer uma espécie de "diário de bordo" de todos os dias que lá passar. Sim , são apenas 4 dias, mas já é bom , muito bom aliás, e tenho vindo a criar expectativas colossais quanto a este novo empreendimento de cultura. Conto com a ajuda da Patrícia Silva, eterna confissora, para assumir o controlo do leme, e a Helena Reis, para confirmar a bonança do nosso caminho.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Dúvidas existênciais

Será? O fim de qualquer raciocínio provocado pelo Homem, desde os tempos em que aprendeu a arte da comunicação. Eu, tu , ele , nós , vós , eles não são excepção. Todos nos perguntamos à noite, antes de embarcar na nau do João Pestana, perguntas que gostaríamos de ver respondidas , dilemas aos quais gostaríamos de conhecer a solução. A mente humana é o maior enigma que a Matéria alguma vez enfrentou.

Agora, pergunto-me : Vale tudo a pena?

E eu mesmo respondo: Sim!

Porquê? Porque do bem-estar d'Eles depende a minha sanidade mental , espiritual, intelectual, todas as tretas acabadas em -al.